A secagem da madeira tem o objetivo de reduzir o teor de umidade para melhorar sua qualidade quando for utilizada, inibindo o ataque de fungos, aumentando sua resistência física e suas dimensões, para facilitar o trabalho de ajuste da madeira ao produto final.
A secagem da madeira pode ser feita de duas maneiras:
- Secagem ao ar livre
- Secagem em estufa.
A secagem de madeira ao ar livre é feita em locais abertos, com o empilhamento das tábuas, espaçadas entre si, permitindo maior circulação de ar entre as peças para reduzir a umidade naturalmente.
Esse tipo de secagem é mais utilizado por madeireiras para otimizar o tempo de secagem em estufa, devendo-se tomar os devidos cuidados na montagem da pilha das tábuas, mantendo isolamento do solo e alinhamento das peças, além de providenciar uma cobertura adequada.
Secagem da madeira
Na secagem em estufa, por sua vez, o tempo de processo é bem menor, havendo maior controle de temperatura e podendo obter-se ter de umidade mais baixo, embora esse sistema tenha um custo de implantação e de operação do equipamento.
A secagem em estufa é aplicada por empresas que utilizam a madeira para diversos fins, como móveis, painéis, esquadrias e pisos, entre outros, sendo composta por 3 fases distintas:
Aquecimento
O ambiente é aquecido gradativamente em sua temperatura, com elevadas condições de umidade do ar.
Secagem
Nessa segunda etapa, a madeira vai perder a umidade, tendo a elevação lenta da temperatura, com a gradativa redução da umidade do ar no interior da estufa.
A secagem exige um constante monitoramento para controle da perda de umidade, adequando-se a um programa estabelecido previamente, de acordo com as características da madeira, já que isso influencia na secagem.
Uniformização
A última fase tem como objetivo homogeneizar a umidade dentro e entre as peças, levando-se em consideração os fatores que podem influenciar nesse processo:
- Espécie, tipo de corte, espessura das peças, teor de umidade inicial e relação entre cerne e alburno da madeira;
- Temperatura, umidade relativa do ar e velocidade de circulação do ar.
O desenvolvimento da secagem de madeira em estufa
A secagem de madeira em estufa teve seu método desenvolvido em meados da década de 1990, pelo engenheiro florestal Osmar José Romeiro de Aguiar que, na época, atuava na Embrapa Amazônia Oriental, em Belém.
Seu interesse foi despertado pelo fato de que na secagem de madeira ao ar livre, ocorre uma tensão na madeira, com a parte externa perdendo a umidade, enquanto a parte interna permanecia úmida. Com a secagem em estufa, a situação poderia ser resolvida.
Secagem da madeira ao ar livre
A secagem de madeira em estufa reduz o teor de água de qualquer tipo de madeira serrada, independente de sua espessura, da espécie de madeira e do grau inicial de umidade, trazendo a peça ao nível desejado de umidade, geralmente em torno de 10%, e fazendo a secagem em prazos até 20 vezes menores do que a secagem ao ar livre.
O método de secagem de madeira em estufa retira a umidade sem provocar rachaduras ou empenamento das tábuas, sem precisar recorrer à secagem ao lar livre.
Além de tornar a madeira mais fácil de trabalhar, já que a madeira úmida não lixa da forma correta e não aceita colar, mantendo ainda seu tamanho original, o baixo teor de umidade também reduz o peso, reduzindo, em consequência, o custo do frete, tornando a madeira mais resistente e suportando melhor o ataque de insetos e de fungos.
A secagem da madeira em estufa torna a substância existente, a lignina, temporariamente viscosa e mole, fazendo a madeira perder água e sofrendo um rearranjo molecular sem problemas para a qualidade exigida.
Quando a temperatura é reduzida, a madeira volta a endurecer, mantendo o novo teor de umidade.
O controle é exigido para que não haja ultrapasse da transição vítrea exigida, já que, nessa situação, perde-se a madeira, que não vai atender seus objetivos.
Secagem da madeira em estufa
Com a secagem da madeira, ela terá um aumento das propriedades mecânica, melhorando na fixação de pregos, parafusos e conectores, facilitando também a impregnação com vernizes, por exemplo, já que a madeira vai oferecer espaços internos que serão melhor preenchidos pela solução preservativa.
No caso da colagem das peças de madeira, também é exigido que ela esteja abaixo do ponto de saturação das fibras, permitindo, assim, que possam ser feitas com mais facilidade a fixação de material colante.
Em geral, os fabricantes de colas costumam informar nas embalagens os teores máximos de umidade para a obtenção de uma colagem dentro dos padrões necessários.